Existe uma linha musical chamada "pop retrô", da qual eu gosto muito. Basicamente, consiste em artistas novos bebendo água de fonte antiga, fazendo um som que mistura pop/soul de antigamente com uma roupagem moderna.
A principal representante desse estilo (ou pelo menos a mais conhecida mundialmente) é a porra-louca Amy Winehouse, que inclusive passou pelo Brasil em janeiro. Ao lado dela temos também a loira-pitelzinho Duffy, que já foi assunto aqui no blog.
Juntando-se a elas e formando o trio mais forte do segmento, temos a gordinha Adele, a mais nova do grupo. Ela não é tão conhecida no Brasil quanto suas colegas, mas é tão talentosa quanto.
Em 2008, ela lançou o álbum "19" (que correspondia à sua idade na época), sendo aclamada pela crítica e ganhando a atenção do público com as excelentes Chasing Pavementes, Hometown Glory e Make You Feel My Love (um ótimo cover do Bob Dylan).
A qualidade do trabalho rendeu frutos e a cantora ganhou alguns prêmios importantes, como o Grammy de melhor nova artista e melhor música pop feminina (por Chasing Pavements).
Após 3 anos desde seu primeiro cd, a cantora abre o ano com seu novo trabalho, chamado "21". Assim como no álbum anterior, o título faz referência às experiências vivenciadas naquela idade, transpostas em música (eu quase escrevo que ela tem 21 anos de idade, mas a moça já está com 22).
Se no ano passado a Duffy conseguiu o feito de lançar um segundo álbum tão bom quanto o primeiro, esse ano a Adele vai mais além e consegue a proeza de lançar um trabalho infinitamente melhor que o primeiro, que por sua vez já era ótimo.
Incorporando novos elementos na parte instrumental, a cantora inglesa dá um belo upgrade no seu repertório, deixando-o mais animado. Isso fica evidente no carro-chefe do álbum, Rolling In The Deep, assim como nas faixas Rumour Has It e I'll Be Waiting.
Mas como a mulher ficou famosa por músicas mais lentas, ela não decepciona e aparece com baladas como He Won't Go, Turning Tables e One and Only. Sem contar a belíssima Take It All, que fica só na voz e piano (o que já é o suficiente).
E como não poderia faltar um coverzinho, dessa vez temos uma versão de Lovesong, um clássico da banda The Cure. Refeito em forma de bossa nova, numa sacada genial, esse cover é um dos pontos altos do álbum. E ainda destaco a inédita Set Fire To The Rain, uma das minhas favoritas
Enfim, Adele não deixa nada a dever ao estilo "pop retrô", superando as expectativas e mostrando como ela vem amadurecendo como artista. Aliás, é até impressionante constatar que, aos 22 anos de idade, ela já tenha na bagagem dois trabalhos tão maduros e adultos.
Ela talvez seja aquele tipo de pessoa que já nasce velha... mas num bom sentido =)
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