sábado, 22 de janeiro de 2011

O amadurecimento de Adele


Existe uma linha musical chamada "pop retrô", da qual eu gosto muito. Basicamente, consiste em artistas novos bebendo água de fonte antiga, fazendo um som que mistura pop/soul de antigamente com uma roupagem moderna.

A principal representante desse estilo (ou pelo menos a mais conhecida mundialmente) é a porra-louca Amy Winehouse, que inclusive passou pelo Brasil em janeiro. Ao lado dela temos também a loira-pitelzinho Duffy, que já foi assunto aqui no blog.

Juntando-se a elas e formando o trio mais forte do segmento, temos a gordinha Adele, a mais nova do grupo. Ela não é tão conhecida no Brasil quanto suas colegas, mas é tão talentosa quanto.

Em 2008, ela lançou o álbum "19" (que correspondia à sua idade na época), sendo aclamada pela crítica e ganhando a atenção do público com as excelentes Chasing Pavementes, Hometown Glory e Make You Feel My Love (um ótimo cover do Bob Dylan).

A qualidade do trabalho rendeu frutos e a cantora ganhou alguns prêmios importantes, como o Grammy de melhor nova artista e melhor música pop feminina (por Chasing Pavements).

Após 3 anos desde seu primeiro cd, a cantora abre o ano com seu novo trabalho, chamado "21". Assim como no álbum anterior, o título faz referência às experiências vivenciadas naquela idade, transpostas em música (eu quase escrevo que ela tem 21 anos de idade, mas a moça já está com 22).

Se no ano passado a Duffy conseguiu o feito de lançar um segundo álbum tão bom quanto o primeiro, esse ano a Adele vai mais além e consegue a proeza de lançar um trabalho infinitamente melhor que o primeiro, que por sua vez já era ótimo.

Incorporando novos elementos na parte instrumental, a cantora inglesa dá um belo upgrade no seu repertório, deixando-o mais animado. Isso fica evidente no carro-chefe do álbum, Rolling In The Deep, assim como nas faixas Rumour Has It e I'll Be Waiting.


Mas como a mulher ficou famosa por músicas mais lentas, ela não decepciona e aparece com baladas como He Won't Go, Turning Tables e One and Only. Sem contar a belíssima Take It All, que fica só na voz e piano (o que já é o suficiente).

E como não poderia faltar um coverzinho, dessa vez temos uma versão de Lovesong, um clássico da banda The Cure. Refeito em forma de bossa nova, numa sacada genial, esse cover é um dos pontos altos do álbum. E ainda destaco a inédita Set Fire To The Rain, uma das minhas favoritas

Enfim, Adele não deixa nada a dever ao estilo "pop retrô", superando as expectativas e mostrando como ela vem amadurecendo como artista. Aliás, é até impressionante constatar que, aos 22 anos de idade, ela já tenha na bagagem dois trabalhos tão maduros e adultos.

Ela talvez seja aquele tipo de pessoa que já nasce velha... mas num bom sentido =)

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